Adriana Graças Pereira

“Conhecida como Xakila e querida como Xal”, Adriana Graças Pereira nasceu para ser mais um brasileiro sem a menor perspectiva de vida, destinado a roubar e acabar cedo, de forma violenta, num meio em que a única verdadeira escolha é entre morrer ou matar. Adriana é um homem trans e negro, que passou a infância e a juventude entre orfanatos, abrigos – aos 11 anos foi estuprada dentro da Casa da Criança, em Santos, cidade do litoral de São Paulo, pelo homem que fazia a segurança noturna do local – e a rua. Xal, sua autobiografia sem censura, recém-lançada pela editora Panda Books, é um relato poderoso de como o Estado e a sociedade abandonam crianças negras e vulneráveis à própria sorte. E, como num milagre, Xal superou tudo isso.